Surreal

Nada mais que real. Pouco, muito ou nada, mas real. Amorfo. No limiar da lógica. Estranho e imprevisível. Fora do normal mas pelo absurdo.

 Ao sabor do vento que se mantém calado. Impossível de compreender pelos meios mais comuns. 

Em constante automutilação, mas aparentemente, no caminho certo, embora perdido. 

Trazido pela ausência de ser aplicável. Mobilizando-se apenas quando a inércia é vencida pelo movimento alheio. 

Contradito e contrafeito. 

Envolto numa barreira fictícia que lhe cobre a visão e a aparência.

Estupefacientemente adormecido.

Incapaz e incompetente. 

Digno de outras palavras inaplicáveis a qualquer outra espécie. 

Em coma existencial com prognóstico reservado. Sem esperança de acordar, graças à overdose anestésica do autoperdão. 

Assumidamente demitido do acto de admitir. 

Escadas sem degraus, são mais que suficientes para a ascensão vertiginosamente descendente da sua condição. 

Calcula mentalmente o tempo passado com erros de atraso apenas assimiláveis em anos luz.

Breve resumo do que é ser humano.

Tragam me algo para que me abstenha desta realidade tão surreal.

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