O caminho
O que é o caminho? O que é? São as pedras que piso? Ou é a direcção do vento? Será o canto longínquo que tende chamar pelo meu nome? Ou é apenas o tempo a passar?
Não sou de parar mas não forço a subida. Não imponho o meu crer mas não compro tudo o que querem que creia. Tentar convencer alguém, é feio, aos meus olhos. Talvez não o seja para todos.
Estimo a verdade. Embora a definição seja vaga. Há muitas verdades para um mesmo evento. Tantas quantos olhos o observam. De dentro e de fora, dos lados ou de cima.Arrisco a dizer que não há certo e errado. Há sim, formas de olhar.
Opinar é humano, mas é arriscado. O prenúncio da morte chama os abutres. E vê-los a pairar faz o moribundo acreditar que o tempo que resta é menor.
O relógio não estagna. E tudo o que incomoda impede o viver, já de si curto para aprender.
Temer o mundo em volta e calar a voz que quer sair, é sofrer. A inverdade latente nesse existir cai sobre os olhos como uma venda e agrilhoa pelas mãos. Obriga a meios gritos mal direcionados para soltar a força que, se for contida, fura a pele.
Ás vezes nem é o subir de volume que liberta. Os maiores gritos da alma são, quase sempre libertados em voz amena e com palavras inteiras ou escritos no silêncio , facilitando o entender. Os ouvidos de quem precisa ouvir endurecem ao serem fustigados com gritos e apatizam à secura das palavras, prevenindo a corrosão. Ainda que na nossa verdade pareça essa a solução.
Aprender a aceitar e esperar minimiza o estrago que a incerteza faz na paz interior. Todos têm um caminho. Mas só é visível se olharmos um pouco para trás. Porque o próximo passo está na ponta da caneta. É o tamanho da paz que carregamos que decide a próxima letra.
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