Esperança
Amor de sobra. Não existe amor demais. Nem de sobra sequer. Existe amor. E ponto final. Há anos que não lhe encontro descrição. Há mundos inteiros que não lhe vejo explicação. Simplesmente é. Não uso a palavra há muito. Não por não a saber. Nem por temer a sua força. Mas sim porque o desafio está em o dizer sem o dizer. Em ser mais do que mostrar. A montra é curta e quadrada. O amor não cabe lá. É irregular na forma e incomensurável na medida. Às vezes parece escassear. Mas não. Está só escondido a descansar. E se lá estiver volta de surpresa. Sem travões. É facilmente confundido com outros tantos semelhantes, feitos para nos iludir. São mais fáceis de encarar porque são pouco profundos e mais pequenos. Por vezes trabalham em conjunto com ele mas nunca o substituem. Procuram apenas o seu apoio para se engrandecer. Nunca a paixão, o desejo e a ilusão conseguirão tomar o seu lugar. Mas ele como que os ama por ser quem é, e perdoa-lhes por não saber lidar de o...